domingo, 5 de julho de 2009

Misto de franqueza e verdade.



Mais uma aurora no jardim laranja, dessa vez com os frutos e bichos existentes.
O jardim já declarado como magistral, só pelo simples fato de ter sido queimado e ter retornado das cinzas. No entanto não foi um lume dessa vez que destruiu o melhor que o jardim tinha e sim o liquido puro que o alimentava... a água!
No jardim, nunca contado antes, tinha uma gruta agora secreta, uma gruta que habitou sem sigilo o seu apuro. Secreta agora por não ter sido preservada.
O mapa escondido onde mostrava o seu lugar, não adiantou para que soubessem o caminho, um ser muito esperto a tinha achado sem mapa e sinalizações. O deixei habitar na gruta, afinal não tinha ninguém, só que manifestei bem, que teria que deixar sempre limpa e não quebrar nada, porque ela não teria mais concerto, mas o principal, nunca tocar na pedra da traição.
Todos os dias o serzinho limpava a gruta, comia as frutas do jardim e molhava as flores ao redor. Era um inquilino típico de uma obra tipográfica.
Então nessa aurora do jardim laranja, ele decidiu ver essa “tal” pedra da traição e foi indagá-la. Lá estava ela, cravada no topo da gruta, circundada com ouro e brilhantes, semelhava-se uma pedra normal, mas tinha uma coloração diferente, avermelhada. O ser quando a viu se encantou e a segurou na mão...
... O chão abriu, os pássaros voaram, os outros seres correram e uma corrente rápida e estreita de água numa barra começou a cair bruscamente.
É isso, acabou, o segundo término do jardim, o fogo e contraditoriamente a água.
Novamente vou plantar, colocar a pedra no seu lugar, fechar a gruta, a esconder com palhas de coqueiro, colocar merda para adubar a terra...
E ajudar um único pássaro que sobrou a voar.

2 comentários:

  1. Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago construído, é preciso que eles tenham nascido dentro da alma.
    Quem não planta esse jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles.
    É preciso plantar sempre, até nos jardins suspensos, novas flores. E adubá-las, aguá-las, com carinho e ternura, para que se preparem lindas as suas pétalas e espinhos.
    Nós, seres humanos, é que nos tornamos ansiosos e estamos constantemente querendo "empurrar o rio". O rio vai sozinho, obedecendo o ritmo da natureza. E se ele chega, entra e destroi a gruta seca e úmida, dar-se logo em seguida um novo e lindo lago. Um lago límpido. E assim no seu novo jardim, deitam passaros e avioes, prostitutas e flores timidas, que nadam nas águas limpidas que refletem cada gota de orvalho à luz do sol.
    E assim acharás em cada nova mudança um motivo para sonhar e pensar, não "novamente em construir", mas em renovação do que estar por vir.
    E mergulhar no lago de cristais e resplandecente áurea do teu jardim.

    ResponderExcluir
  2. "Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia
    ser achado numa só rosa."

    Antoine de Saint-Exupéry

    ResponderExcluir