segunda-feira, 25 de maio de 2009
L/L.
A música que tocava, era um estímulo para Laura L. Sentada no banco da frente do carro, olhava a chuva cair. Mexia-se conforme os movimentos precisos do carro, ela via essa cena, ela pensava nessa cena. Com o cigarro na mão, viajava em seus pensamentos, seus pensamentos loucos, embora sem erros. Sentia gargalhadas e conversas, mas não tirava o seu olhar dos pingos d’água que caiam no pára-brisa.
Laura observava seus movimentos, sua mão delicada com o cigarro indo para boca carnuda e vermelha até retornar as suas coxas brancas e aveludadas, via a fumaça que soltava lentamente, até parecia que queria seduzir alguém, com tanta sensualidade. Pegava-se às vezes observando à fina fumaça que saia do seu cigarro e o seu olhar negro no retrovisor embaçado.
Olhou para o lado e viu as pessoas conversando, mas não os conseguia ouvir, nenhuma voz atravessava o seu raciocínio.
Por fim a música parou, ela olhou para o “toca-fitas”, com uma expressão de decepção... tudo voltou, às vozes, as buzinas, as gargalhadas, sentiu os pingos antes não percebidos tocando na sua pele, ela por sua vez, colocou o seu rosto belo para fora e sentiu as gotas miúdas e espaçadas de chuva, ainda falou baixinho com sua voz doce e gentil... “quero viver nesse pensamento observador, sem crueldade, coloca de novo essa música e me faz ser feliz...”
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLaura L. teve uma sensibilidade incomum. Mas pode sentir algo especial, e q bom q sentiu!
ResponderExcluir"Eu agi sempre,
ResponderExcluirEu agi sempre para dentro.
Eu nunca toquei na vida.
Nunca soube como se amava...
Apenas soube como se sonhava amar.
Se eu gostava de usar anéis de dama nos meus dedos.
É que às vezes eu queria julgar que as minhas mãos eram de princesa.
Gostava de ver a minha face refletida,
Porque podia sonhar que era a face de outra criatura.
O primeiro me chegou, como quem vem do florista.Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista..."
"Vai tua vida
ResponderExcluirteu caminho é de paz e amor
A tua vida é uma linda canção de amor
Abre os teus braços e canta
A última esperança
A esperança divina
De amar em paz.
Se todos fossem iguais a voce
Que maravilha viver
Uma canção pelo ar
Uma mulher a cantar
Uma cidade a cantar, a sorris, a cantar, a pedir
A beleza de amar
Como o sol, como a flor, como a luz.
Amar sme mentir, sem sofrer
Existiria verdade
Verdade que ninguém ver.
Se todos fossem iguais a você."
[Tom Jobim]
E a chuva continuou a cair lentamente sobre seu corpo quente, e música que a envolvia, agora fazia parte dela, e de cigarro em cigarro, nas nuvens esfumacadas, seu olhar viajava uma loucura pertinente.
Persistente no cair dos pingos d'agua, seu olhar nao mais que compenetrado sorria, chorava e pedia sempre mais um. E no cair de suas lágrimas deslisava um sorriso incandescente, transbordando luz.
Uma magia.