quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Curta no fim




Areias em seus pés, vendo grão em grãos deslizando em seus dedos, com seu vestido perola com flores laranja, sentada em frente d’água, água do mar de Ipanema. Lá estava Silvia, pensando na grande viagem que teve visitando as culturas, a diferença, a arquitetura, a satisfação, a educação, as crenças e o povo.

Vendo o que passou ainda sentada nas areias de Ipanema, olhando para as luzes iluminando a Praça do Arpoador. Lembra das luzes de velas que viu os fieis devotando ao seu santo, dos cantos, das vontades, o empurra-empurra, os choros e as mãos para o céu.

Olhando para o chão e para os seus pés, sente como é bom ter tido essa experiência que achava que não existia, imaginou quando chegou de volta, contando para as suas amigas as grandes e empolgantes novidades e vendo que para elas não tinha a importância merecida e experimentada.

Voltando para casa, agora já bem escuro, abre a porta do seu Chambord, sentando com os pés para fora e tirando a areia deles com um lenço da mesma tonalidade do seu vestido. Acende um cigarro, liga o toca-fitas... "Oh my baby, just care for me". Ficou se questionando sobre essa verdades regionais que não tem muita explicação e não fazem nenhum sentido pra quem é de fora.

Para não ter preconceito, basta conhecer.

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